sexta-feira, 25 de junho de 2010

Fan

"You love the song, but not the singer"

quinta-feira, 24 de junho de 2010

desistência

respirar o ar vazio e frio, gostar de estar sozinho. Sentir que a cada hora se aproxima mais de um fim inevitável, temido e desejado, saber que há uma saída. Abrir portas, ouvir canções, ler livros... criar rotinas para saciar os dias até que tudo termine. Ir, vir ou ficar por aqui; já não se importar, fingir melhor que nunca. Calar quando se deve dizer algo, dizer quando não há nada de crucial para acrescentar. Não reparo mais nas noites que passam ou nos dias que correm. Não olho mais relógio ou calendários, parece que o tempo se tornou etéreo e que fiquei preso por aqui. Ainda faço peso morto ao meu redor, mas já estou mais para lá. Não é que eu seja mentiroso, só acho interessante essa coisa de inventar, fazer tipo, florear... já é tudo tão sem gosto por aqui mesmo, que mal tem em iludir?

Não posso enganar meu tão grande ego ( que eu mesmo criei para disfarçar a antiga ausência ). Se lembrarão de mim como um perdedor. Alguém que pegou pela mão todas as suas oportunidades e, conscientemente, queimou-as todas. Já não sei mais de mim, não quero me preocupar. Agora tenho medo de viver, de reingressar nesse sistema. Estou alheio a ele já faz muito tempo e não sei mais dançar nesse compasso. Meu potencial é medíocre e não tenho força de vontade. Sonhos são como arco-íris, só os idiotas os perseguem. Não uso mais minhas melhores roupas, mas ainda tenho vontade de me arrumar. Não faço mais a barba, mas ainda gosto de pentear o cabelo, me olhar um pouco no espelho, esperar. Talvez algo aconteça, talvez batam na porta, talvez o telefone toque. Ninguém quer carregar meu peso por mim... E tudo que eu fiz com meus melhores anos foi sustentar as fundações de outros. Arrastá-los e dar a eles um pouco da minha vida. Tiraram de mim o meu fôlego... Não... Eu livremente lhes dei. Degrau bem pisado cria seus calos e eu tenho os meus. Menino de um só propósito, insatisfatório, irresponsável e indesejado. Servi bem aos que precisaram e tive minha devida recompensa.

Não se lembrarão de mim ( nem como um perdedor ), mas eu ainda vejo seus rostos e corpos todos os dias. E as noites são preenchidas com violência, perversão, angústia e amargura. Tudo pontuado pelo silêncio e pela mesma expressão no meu rosto: apatia. Penso demais, fantasio demais, sofro demais, quero demais e faço de menos ( falo mais do que deveria ). Eles vivem para fora, eu vivo para dentro.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

B.M. 3

"I wanna be much more like you
Your effortlessly graceful scene
That drips from every pore of you
Where logic cannot intervene
I wanna take a bath with you
And wash the chaos from my skin
I wanna fall in love with you
So how do we begin?

I wanna be a girl like you
The way you swing your hips in jeans
I wanna wear my face like you
Shiseido, MAC and Maybelline
I wanna paint the town with you
And tickle you until you scream
I wanna fall in love with you
I wanna say I do
I wanna be much more like you
The way your smile lights up the room
I'll kick back as men flirt with you
To jealously I'll stay imune
This confidence in me and you
This hope that you and I will bloom
I wanna fall in love with you
I wanna say I do"

terça-feira, 1 de junho de 2010

A vagabunda

Não gosto que me toquem. De alguns, por mais infantil que possa parecer, tenho profundo desgosto e ojeriza. Não posso me esconder e desviar-me irá trazer perguntas. Também não gosto que me questionem. Assim, forço logo o contato mínimo com o menor mal de afetação: aperto-lhes as mãos. Se não isso, aproveito-me de que se encontram no plural e apenas comunico meus cumprimentos de longe, acompanhados do meu melhor sorriso, para que se sintam mais receptivos e respeitados e não pensem sobre isso. Aprendi a apreciar a distância e a adorar o meu espaço pessoal. Não gosto que o invadam. Acho toda essa afeição instantânea, esse contato forçado... uma merda. "O que tem de mal num beijo no rosto? Ou num abraço?". Tudo. Não gosto de beijos, abraços ou amigos que eu não mereça ter; tampouco terão de mim algo ao qual não tenham conquistado seus devidos direitos. Não dou de graça, não quero imediatamente. Para alguns seria melhor que, ao me ver, me esquecessem. Não me dou com nenhum de vocês, com a sua libertinagem branca. Não me faço puritano, apenas creio que até para ser um libertino há de se respeitar os que, como eu, necessitam estar muito bem acompanhados de si mesmos. Desdenho o olhar de compaixão quando digo que "não, estou sozinho mesmo". Prefiro os que me lançam o de "fez por merecer", se bem que conheço uma meia dúzia que não traz nada nos olhos ao me ver bem só. As poucas almas solitárias que escolheram a reclusão como forma de abrigo, cura ou bem-estar (sempre são, a mim, de se admirar).

Não gosto dos que querem que eu divida meus dias. Afinal, você vai estar aqui para ouvi-los todos? Não gosto que tentem me forçar a confiar. Se para vocês esse laço é assim tão banal, por favor, ... fiquem com os seus, pois que não sou deles.

Não gosto que perguntem como vou. Não gosto que se metam no que lhes não interessa e, de uma vez, para que nunca mais haja dúvidas, dou-lhes: Vou com as pernas, como sempre fui.

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